10 sintomas de um blogueiro viciado
Manter um blog é uma mistura curiosa de prazer e autoflagelação. Por um lado, a sensação de criar algo relevante para o mundo. Por outro, a espiral sem fim de comportamentos que só faltam pedir atestado médico para serem considerados uma síndrome oficialmente reconhecida. O blogueiro, por trás de suas telas e métricas, não é diferente de um cantor de chuveiro que espera ser descoberto – com a diferença de que ele também é o produtor, empresário e fã-clube.
Se você tem a impressão de que dá para ter um blog e ainda manter um equilíbrio zen na vida, sinto informar: ou você está iludido, ou está lendo o blog errado. Confira os sintomas abaixo e veja se não está escorregando para o lado sombrio do blogverso.
1. Longe do micro, mas perto da loucura
Quando você não consegue aproveitar uma viagem, um passeio ou mesmo uma ida ao banheiro sem sentir a necessidade visceral de voltar para conferir suas estatísticas, é um sinal claro de que o blog já te acorrentou. Afinal, quem precisa de férias quando se tem gráficos para analisar?
2. Comentários? Só se forem com segundas intenções
A nobre arte de comentar em blogs alheios virou um esquema de troca de favores. Quem disse que blogueiros sabem ser desinteressados? Cada palavra no comentário alheio vem com um “link de volta” não dito, mas implícito.
3. Elogios divinos, críticas infernais
Um elogio é o suficiente para transformar você no melhor amigo da autoestima. Críticas? Bem, essas são recebidas com o entusiasmo de quem acabou de pisar em Lego. Dormir? Quem precisa disso quando há autoestima para esfarelar ou inflar?
4. Picos de visitação: a nova dose de dopamina
Nada supera a sensação de abrir as estatísticas e ver aquela linha subindo vertiginosamente. É como ganhar na loteria – só que o prêmio é 100 cliques e nenhum centavo a mais no bolso.
5. O poço sem fundo das visitas (ou falta delas)
Por outro lado, quando a visitação despenca, você considera seriamente trocar de profissão, deletar o blog ou se mudar para uma caverna. Afinal, qual o sentido da existência se ninguém está clicando no seu último post?
6. Consultor frenético de números
Rankings, backlinks, métricas do Google, ocorrências no buscador… o blogueiro viciado vive em um relacionamento tóxico com números. Não há estatística insignificante demais para não ser conferida obsessivamente.
7. Ranking antes do conteúdo
Ao descobrir um blog novo, o primeiro instinto não é lê-lo, mas sim consultar a posição dele nos rankings. Afinal, quem precisa de boas ideias quando há uma pontuação para depreciar?
8. A rejeição que machuca
Seus links não foram aprovados em agregadores de conteúdo? É como levar um fora na balada – só que com mais gráficos e menos álcool. A sensação de rejeição te deixa no chão, pensando onde foi que errou.
9. Twitter: a terra dos egos inflados
Criar um perfil no Twitter só para divulgar o blog é o equivalente digital de sair na rua gritando com um megafone: “Leiam meu conteúdo!”. No fim, a estratégia vira mais um reflexo da obsessão do que uma ferramenta de sucesso.
10. Sherlock Holmes da blogosfera
Vasculhar novas formas de divulgação é o seu passatempo favorito. Syndicadores de links, estratégias de SEO, “o que os concorrentes estão fazendo que eu não estou?” – a paranoia é real e o ciclo não termina.
Se você se identificou com mais de dois desses sintomas, parabéns: você já pode ser internado no SPA dos Blogueiros Viciados. Afinal, a sanidade é superestimada quando se está na corrida pela glória digital. Quem precisa de paz de espírito quando se pode ter views?
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