A origem da pinga e aguardente de cana
A origem da pinga e aguardente de cana ninguém sabe, mas diz uma lenda que antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou.
O que fazer agora?
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.
Resultado: o ‘azedo’ do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome ‘PINGA‘.
Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de ‘ÁGUA-ARDENTE‘.
Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.
É só lenda, pois a aguardente já existia em Portugal, antes do descobrimento do Brasil, destilada do bagaço de uva, aqui como não tinha o bagaço de uva, mas o de cana, ai foi usado esse. O primeiro engenho de cana foi Martin Afonso de Souza e mais alguns sócios que montaram em São Vicente, existem ainda as ruinas desse engenho chamado de São Jorge dos Eramos, que agora fica em Santos.