O ventríloco na roça

ventriloco na roca

Um ventríloquo cheio de si se aproximou de um caipira e lançou o desafio:

— Eu aposto que consigo fazer seu cavalo falar.

O caipira, cético como quem não acredita nem em sombra ao meio-dia, rebateu:

— Mai cavalo num fala, sô!

O ventríloquo, com um sorriso daqueles que gritam “deixa comigo”, virou para o cavalo e começou:

— Oi, cavalo! Como seu dono te trata?

E, para espanto do pobre caipira, o cavalo respondeu:

— Ôh, ele é bão pra mim. Me dá comida, água e me deixa na sombra quando tá quente.

O caipira ficou com os olhos arregalados, mas o ventríloquo ainda não tinha terminado.

— Aposto que também consigo fazer seu cachorro falar.

O caipira, tentando manter a compostura, disparou:

— Cachorro num fala, não!

Mas o ventríloquo insistiu e, virando-se para o cachorro, perguntou:

— E aí, cachorro, como você tá? Seu dono cuida bem de você?

O cachorro, sem hesitar, respondeu:

— Ôh, ele é bão demais! Me dá comida, água e brinca comigo todo dia.

Nessa altura, o caipira já estava prestes a rever todos os fundamentos da realidade, mas o ventríloquo ainda tinha uma carta na manga:

— Agora, eu aposto que consigo fazer sua cabra falar…

Num misto de pânico e desespero, o caipira gritou:

A CABRA MENTE! A CABRA MENTE!

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