Péssimo ao extremo

dois amigos se encontram

Um sujeito, cheio de boas intenções e sorriso no rosto, encontra um velho amigo num bar. Decidido a ser cordial, começa com a pergunta padrão de qualquer reencontro:

– E aí, Paulinho, tudo bem?

O que ele não esperava era a resposta direta e devastadora:
– Péssimo.

Surpreso, mas tentando manter o tom otimista, insiste:
– Mas como péssimo, rapaz? Com aquela Ferrari que você tem?

Paulinho suspira, com o peso de um século nas costas:
– Deu perda total num acidente. E o seguro? Venceu no dia anterior…

O sujeito engole seco, mas decide que é hora de acalmar os ânimos:
– Olha, vão-se os anéis, mas ficam os dedos. E aquele filhão inteligente, como está?

Paulinho, ainda mais abatido, solta outra bomba:
– Ele tava dirigindo a Ferrari. Morreu no acidente…

Já sem saber onde enfiar a cara, o amigo tenta mudar o rumo da conversa:
– E aquela sua filha, uma moça linda, parecia até modelo?

– Pois é… Ela tava junto com o irmão. Só minha mulher não estava no carro.

O sujeito, aliviado por pelo menos um detalhe, tenta enxergar um lado positivo:
– Graças a Deus! E como vai sua esposa?

Paulinho dá um sorriso amargo:
– Fugiu com o meu sócio.

Já sem muita força, o amigo tenta mais uma vez:
– Bom, pelo menos a empresa ficou só pra você, né?

– Ficou nada! Ele me roubou tudo antes de fugir. A firma tá falida, devendo milhões!

Completamente sem saída, o cara tenta mudar de assunto de vez:
– Vamos falar de outra coisa então. E o seu time?

Paulinho dá de ombros:
– Sou corinthiano.

Desesperado, o sujeito já não aguenta mais:
– Pelo amor de Deus, Paulinho! Não tem nada, mas nada mesmo de positivo na sua vida?

Paulinho dá um meio sorriso, que parece mais um soco na alma:
– HIV…

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